quarta-feira, 4 de março de 2009

Rihanna é símbolo do regresso para as mulheres

Nesse mês se comemora o dia internacional da mulher (Quando celebraremos o do homem?) e, como de costume, várias manifestações estão marcadas no mundo inteiro por mulheres que lutam bravamente pela igualdade de direito dentro da sociedade. As mulheres batalham muito pela posição que elas têm hoje, seja dentro de um lar ou no escritório, onde ocupam cada vez mais posições de chefia e coordenação. Isso é um avanço numa sociedade que há menos de um século pregava o machismo como costumes morais, submetendo as mulheres as mais estúpidas e preconceituosas regras impostas pelo macho alfa. Naturalmente, alguns países de cultura muçulmana mantém em suas bases éticas e religiosas esse tipo de comportamento arcaico e cruel, que deixaria qualquer mulher do mundo ocidental ultrajada.

As mulheres protestaram: queimaram sutiãs e foram queimadas; exigiram o direito de se separar quando infelizes dentro de uma relação; conquistaram o direito ao voto; ocuparam posições de trabalho exclusivas de homens; assumiram o papel de chefe de família; cobraram respeito social; dignidade individual; liberdade de expressão. Foram atendidas, mas ainda a sociedade igualitária está aquém daquilo que as mulheres esperam. Ainda existe o preconceito, a covardia, a falta de progresso intelectual e evolução de opiniões por parte de muitos homens. Muitos fazem questão de tratar a mulher justamente como se tratava na era paleolítica. Como alguém para cuidar da casa e da cria exclusivamente e, além disso, ser utilizada para seus mais bizarros desejos: como partilhar de outras mulheres, levar uma vida de solteiro mesmo depois de casado, colocar o trabalho e os amigos antes da família, e o mais nefasto, agredi-la quando se sentir contrariado.


Você, caso seja uma leitora, pode estar imaginando o quanto primitivo é um homem que ainda pensa dessa maneira. É verdade, alguns homens agem como os próprios trogloditas e, para sua perplexidade, têm o maior orgulho dessa característica.


Na minha honesta opinião, esse tipo de comportamento não me causa surpresa. Já cheguei a cometer alguns crimes de machismo, propriamente retratados depois de sentir o peso da minha consciência vazia. O que me deixa consternado é o fato de algumas mulheres fazerem questão de se sentirem um objeto do homem. Para o ano de 2009, eu sugiro as ultra-feministas (ou sapatões-caminhoneiras) a escolherem uma representante de amplitude mundial como símbolo do regresso : A cantora americana Rihanna.


Rihanna foi ataca há algumas semanas pelo namorado cantor de rap Chris Brown e ficou praticamente desfigurada. Segundo as investigações da polícia, caso Rihanna não fugisse, o valentão poderia ter matado a cantora de tanto bater. Qual a razão de tudo isso? Ciúme por parte dela, que deixou Chris furioso com o risco de ser domado por uma mulher.


A queixa foi registrada, Rihanna ganhou a solidariedade de todos que acompanhavam o caso, e Chris Brown foi imediatamente punido por produtores americanos que cancelaram muitas de suas apresentações programadas para este ano. A justiça estava a caminho e a condenação do cantor era dada como certa pela maioria dos juristas, que previam alguns anos de cadeia para Brown esfriar a cabeça e aprender a respeitar as mulheres. Porém, como vivemos num mundo onde a justiça funciona muitas vezes de maneira incoerente, Rihanna se recusou a continuar com a investigação policial, deve retirar queixa e perdoou hoje Brown. Caso Rihanna tivesse uma base familiar sólida e influente em sua vida, duvido muito que ela olharia novamente para o namorado. No entanto, a cantora agiu pelo impulso não só prejudicando sua imagem, que agora deve ser de “saco de pancadas”, mas de todas as mulheres que repudiam veemente comportamentos de homens do tipo de Brown. Quando ela disse “I forgive You” para Brown, ela deveria ter perguntando antes se seus fãs e todas as mulheres do mundo perdoariam ela pela inconcebível atitude.


Esse ano, mulheres, é um ano de lamento para o dia de vocês. Enquanto anônimas lutam pelo progresso, os ícones demonstram que são um exemplo de volta no tempo.

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