Eliana Tranchesi mais uma vez foi parar no xilindró. A sócia-proprietária do império de luxo Daslu, em São Paulo, foi do Instituto Médico Legal diretamente para a prisão feminina do Carandiu. Será que Eliana não tem curso superior que a beneficiaria com uma prisão especial? É humilhante para uma pessoa como ela, ligada à alta sociedade paulistana, ser enjaulada pela segunda vez. É terrível para uma pessoa conhecida como ela, abafar um incidente como esse.
Para as mais poderosas, Eliana poderia dizer que ela utilizou braceletes Gucci no lugar de algemas. É mais fino e possivelmente exclusivo dos endinheirados. Eliana foi condenada pelos crimes de formação de quadrilha, contrabando e falsificação de documentos, descobertos na Operação Narciso, deflagrada em 2005. Também foram presos o irmão de Eliana, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, e o ex-diretor financeiro da Daslu Celso de Lima.
A juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara Federal de Guarulhos, confia que o esquema de Eliana oferece certo risco a sociedade, pois se não, qual a razão dela ser presa novamente. Provavelmente, na visão dela, Eliana deve ser vista como um exemplo de que milionários e esbanjadores não estão livres das garras da justiça e que, diante de uma condenação, todos são os mesmos, sem setores VIPS, Premium ou personalité.
Não sei exatamente se é justo prendê-la, com tantos outros bandidos, como o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) que desviou verbas indenizatórias (dinheiro público) para suas empresas privadas, livres e saltitantes por aí. A justiça deve ser cega para todos.
O único desconto desse episódio deve ser o boleto do estacionamento, muito mais barato na frente do Carandiru do que na Daslu.
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