quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Oba-Oba, Obama

Vamos imaginar que Barak Obama venceu a tão disputada seleção de emprego. Ele foi superior à sua candidata, também qualificada, Hillary Clinton, na disputa pela presidência. Obama vence e expõe tudo aquilo que espera fazer para o novo trabalho, assim como qualquer candidato a uma excelente vaga de emprego. Só não faço chover, porque se nem Calígula não conseguiu, como eu vou o fazer?

O primeiro presidente negro dos EUA tinha seu diferencial marcante. Seria o primeiro negro a governar o país. Porém, Hillary poderia ser a primeira mulher, o que também contava como algo de inédito na história americana. Portanto, nesse quesito de novidade, os dois praticamente empatavam. O que levou os cerca de 300 milhões de americanos a desempatar duas carreiras gloriosas e competentes dos dois candidatos, não foram só as propostas (que tinham basicamente a mesma ideologia), mas o carisma. Obama é carismático, é simpático, é firme e, principalmente, é partidário. Reúne republicanos e gays numa mesma sala para um brunch e agrada os dois lados. Essa é a diferença dele com Hillary, que também tem um enorme apoio, mas tem um narizinho que levanta com uma ordinária frequência.

Obama vai governar pelos próximos quatro anos e, provavelmente, pelos próximo oito, mas será que depois da comoção de ontem, esse é o novo messias. Bom, depois de oito anos de George W. Bush, se a Britney Spears ganhasse a eleição todo mundo ia comemorar. Todo mundo jogou a bomba na mão dele – e bota pólvora, se não plutônio, nessa bomba – e agora espera a reconstrução americana, ou seja, mudanças que elevem novamente a economia do país que vem decaindo há mais de dois anos. Obama tem que curar o resfriado americano e impedir que a crise americana avance (o mundo agradece), desmantelar a base em Guantánamo (Auswitchz do Caribe), trazer as tropas americanas do Iraque, resolver o problema das forças americanas no Afeganistão, engrenar um novo plano para as falidas montadoras americanas, reduzir o desemprego e criar milhões, avançar com as pesquisas do Biocombustível e admitir que o brasileiro é o melhor do mundo, controlar a imigração e unir o mundo na estabilização econômica.

Enorme responsabilidade que merece um prêmio como o sortudo a assumir todos esses compromissos. Obama merece uma recepção calorosa num dia de temperaturas glaciais, merece ser recepcionado por milhares de pessoas para desejar boa sorte, merece a companhia de dezenas de artistas de Hollywood para ele se sentir uma estrela, merece a admiração de todos que confiam na sua juventude, disposição e competência para acertar os ponteiros.

No entanto, uma história sempre tem dois lados. Se Obama tropeçar ou assumir a responsabilidade por decisões estúpidas, como Bush assumiu, pode ter certeza que as piadas a respeito dele já estão prontas. As de respeito à cor da pele dele nem preciso comentar.

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