O preço do petróleo caiu na quinta-feira ao seu menor nível em quase quatro anos, depois da divulgação de mais dados preocupantes sobre a economia dos EUA, incluindo um aumento nas procuras por seguro desemprego e novos cortes de vagas.Nos Estados Unidos, o barril do tipo light caiu mais de US$ 3,12 e foi vendido a US$ 43,67, no menor nível desde janeiro de 2005. Já em Londres, o barril do tipo Brent caiu US$ 3,16 e foi negociado a US$ 42,24, preço que também não era registrado em quase quatro anos.
Há alguns meses, o petróleo era visto como um produto em acelerada extinção, quando chegou a mais de US$ 150,00. Especuladores afirmavam que esse número poderia alcançar para mais de US$ 200,00 e por lá ficar até exaurir todas as reservas do mundo. Aposto que os árabes e russos pensaram em colocar mais uma Ferrari na garagem e Hugo Chaves imaginou em financiar a revolução na América do Sul. O preço do produto degringolou, mas até o momento as bombas de gasolina mantêm seus valores congelados, suportando o derretimento dos preços de oferta. Até quando?
Automóveis
Início de demissões, acúmulo de 305 mil veículos parados nos pátios por conta da queda nas vendas internas e freio na produção. Esse é o quadro com que a indústria automotiva se depara agora, depois de passar a maior parte do ano batendo recordes de desempenho.
Em novembro, mês marcado pelo anúncio de férias coletivas, as montadoras produziram 28,6% menos veículos (entre automóveis, caminhões e ônibus) do que no mesmo mês de 2007 – foram fabricadas 195 mil unidades no mês passado. As vendas no mercado doméstico e externo também apresentaram queda de dois dígitos – 25% e 18,8%, respectivamente. Em outubro, o setor já havia registrado retração, embora mais modesta.
O preço final dos carros caiu, mas o juros e a oferta de crédito, estão estrangulando o consumidor como nunca. Como esquentar esse mercado se o brasileiro está cauteloso como nunca com os juros? O governo já deveria ter se movido.
Produção Industrial
A produção industrial de São Paulo apresentou variação negativa de 0,2% em outubro, comparativamente ao mês anterior, na série ajustada sazonalmente, após aumentar 0,9% em setembro nessa base de comparação, segundo o IBGE. O índice de média móvel trimestral (-0,4%) apresentou o segundo resultado negativo consecutivo no Estado, que responde por cerca de 40% da produção do País.
As empresas estão parando e a primeira medida evasiva são as férias coletivas, associadas as festas de fim de ano. Após esse período, o que fazer com os trabalhadores? Ninguém irá consumir sem garantia de emprego. Mesmo sendo à vista.
Tio Sam contra-ataca
O dólar comercial voltou a fechar em forte alta na quinta-feira (4), superando a cotação de R$ 2,50 no fechamento. A moeda ganhou força no fim do pregão e terminou o dia com valorização de 2,46%, negociada a R$ 2,536 para a venda.
Com isso, no acumulado do ano, o dólar já se valorizou 42,71% frente ao real. Somente na primeira semana de dezembro, a alta acumulada é de 9,54%. A cotação desta quinta-feira é a maior registrada desde 28 de abril de 2005. Resultado, Mickey e seus amigos verão menos amiguinhos brasileiros neste ano. O Dólar saiu da lona e nocauteou o Real, quando você já contava os segundos da vitória. 10,9,8,7,6,5,4,3 e toma na cara bem ao estilo Rocky Balboa.
Enquanto isso em Neverland...
Pesquisa Datafolha mostra que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva é considerado ótimo ou bom por 70% dos brasileiros, maior aprovação de um presidente desde 1990. Nenhum presidente no Brasil desde a redemocratização atingiu esse patamar. O recorde anterior já pertencia ao próprio Lula: 64% o avaliavam positivamente em setembro. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 28 de novembro.
Por que, Meu Deus, eu não cruzo com um entrevistador do Datafolha? Será que essa pesquisa foi realizada nas portas das montadoras ou na saída dos bancos? Não, meus caros, Peter, Wendy e seus amigos são sempre os privilegiados nas entrevistas.
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