O novo cd do Guns N’ Roses, Chinese Democracy, acabou com aquilo que milhões de fãs do mundo inteiro alimentaram durante 14 anos: a expectativa de uma grande banda remodelada e com a mesma qualidade. O quase interminável trabalho de criação e compilação do novo cd (muitos achavam que isso nunca iria sair), mistura uma espécie de rock pesado com batidas eletrônicas. Uma característica bem distante do Guns dos anos 90, quando era considerada a maior banda de hard rock do planeta.
O empresário da banda, Andy Gold, já deu declarações a revistas que irão entrar para Hall da Fama do Rock como uma das mais estúpidas e infelizes já feitas. “Você já imaginou alguém dizendo para Michelangelo correr com a Capela Sistina? Não se apressa uma obra de arte”, comparou Andy, que provavelmente não tinha ainda ouvido o cd.
Nos tempos áureos da banda, marcada por baladas como Sweet Child O’ Mine e Welcome to the Jungle, hits até hoje cultuados, Axl Rose, o guitarrista Slash, o baixista Duff McKagan e o baterista Matt Sorum, lotavam estádios por todo planeta e ainda se davam ao luxo de dividir seus trabalhos em dois, como o Use Your Illusion I e II, por mais publicidade, mais custo aos fãs e cifras que renderam a cerca de 100 milhões de discos vendidos.
Porém, o que iremos ouvir no próximo dia 25 (data prevista para o disco chegar às lojas, isso se não mudarem novamente) da voz não tanto mais poderosa de Axl, é um grande equívoco musical. Além de sem graça e letras que parecem ter sido compostas minutos antes de sua gravação, o CD não tem nada daquela velha e boa banda. Custo exorbitante, atendendo os caprichos de Axl (esses não mudam), e ainda a criatividade musical de seus antigos parceiros que lhe fazem falta como nunca.
As batidas eletrônicas e samplers se misturam aos instrumentos querendo dar um ar mais contemporâneo e enterrando definitivamente tudo com o que delirávamos daquelas performances históricas do Guns N’ Roses.
O sonho de algo majestoso e histórico fica para os próximos dois discos, já que Axl disse que esse é o primeiro de uma trilogia. Bom, se contarmos o tempo que levou esse para ser feito, talvez o conteúdo musical que virá pela frente possa agradar novos fãs, que ainda não tenham nascido e não lembrarão nada dos velhos e desse novo álbum do Guns.
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