quinta-feira, 2 de abril de 2009

Livro: Marilyn e JFK destrói os mitos

Desmistificando dois dos principais personagens do século XX. Ele, John Fitzgerald Kennedy, senador democrata em ascensão e que, com muito pouco esforço pessoal, chegaria à presidência dos Estados Unidos. Ela, Marilyn Monroe, a atriz que se tornara o maior símbolo sexual do mundo em suas atuações duvidosas e provocantes, que sem exagero nenhum dão a ela o título de percursora do erotismo. Essas duas figuras, lindas, carismáticas, admiradas e poderosas mantiam uma relação amorosa de 10 anos em meio ao voyerismo calculista de J. Edgar Hoover (diretor do FBI), a Agência de Inteligência Americana (CIA), A Máfia e a grande inimiga KGB.

François Forestier apresenta sua qualidade monumental para escrever Marilyn e JFK: não ter caráter. Não é exagero e sim necessário, pois só sendo frio o bastante para vasculhar as entranhas do poder e não se incomodar com o cheiro podre que exala de dentro da Casa Branca, furtivamente associada a festas e a entrada de mulheres. Muitas mulheres à disposição de JFK, que passava a maior parte de seus dias em lençóis de famosas bem debaixo do nariz de Jackie Kennedy.

Pelas beiradas, vem Robert Kennedy, o poderoso Ministro da Justiça, protegendo as falcatruas do irmão e visando garantir uma década de poderes ilimitados ao clã dos Kennedy. Em meio as chantagens, arrogância, manipulações, eleições compradas e dinheiro ilícito, está Marilyn, à beira da loucura, com sua alma opaca nutrida à base de tranquilizantes, calmantes e Don Perignon.

A saudosa e eterna canção de Happy Birthday to you, Mr. President deixa JFK às portas do escânda-lo. A melodia lasciva, na frente de milhares de convidados eterniza Marilyn e a condena a um asilo eterno longe do presidente. Depois disso, os dois nunca mais se veriam novamente.


Forestier é preciso em detalhes e carrega sua narrativa em uma metralhadora giratória. Nenhuma passagem trágica do casal é suavizada, baseada em entrevistas com as principais figuras envolvidas na história do casal. Marilyn gostava de ficar nua, mas finalmente foi revelada. Assim como JFK, que fazia o papel de um bom moço, íntegro e responsável, mas não passava de um brozeado presidente popular, avarento, obessivo por sexo e Marilyn, é claro. Fica mais do que claro que Forestier apresenta novos personagens da história, destruindo perfis clássicos de Marilyn, uma heroína feminista e JFK, resumido a um playboy festeiro e político medíocre.

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