sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filosofia Budista, Nelson Piquet

Sabe àquilo que os budistas pregam sobre CAUSA e EFEITO? Pois bem, essa filosofia se aplica perfeitamente a essa podridão dos bastidores da fórmula 1. Nelson Piquet, quando era piloto, vivia falando pelos cantos e, até para alguns repórteres, sobre a suposta homossexualidade de um de seus maiores adversários: Ayrton Senna. Certamente, na época, Senna deve ter ficado chateado com essa história, mas ignorou de maneira elegante e evoluiu seu pensamento e sua carreira. Os que falavam, ficavam tirando sarro e ganhando manchetes de jornais, ficaram bem abaixo dele na história do esporte. Coisa de campeão, de gente GRANDE.


Agora, décadas depois, Nelson Piquet pai prova um pouco do veneno com o próprio filho. Flávio Briatore, o chefão da equipe Renault na Fórmula 1, lançou hoje que Nelsinho pode ter se envolvido com um homem, muito mais velho que ele, quando morava na Inglaterra. Para desespero das mocinhas que são loucas pelo Nelsinho, o tal de Marc Cavezzale realmente existe e tem Facebook com a foto do filho do Piquet entre seus amigos. Até aí, completamente normal e não sugere nenhuma relação de cunho sexual (como se alguém estivesse interessado nisso). Porém, Briatore estava revoltado de ter sido acusado por ser um carrasco com Nelsinho e ainda romper as relações dele com seus amigos.

Acho completamente normal você possuir amigos de faixas etárias distintas. Isso é uma demonstração de maturidade e desenvoltura, além de ser pedagógico em alguns casos. Porém, acho lamentável um tipo de comentário desse de Briatore. Só reforça a imagem dele de escroto.


Não quero defender muito o Nelsinho também, porque acho que sua posição em relação ao esporte e ao sonho de se tornar um campeão como o pai foi baixa e desprezível. A forma vingativa que ele encontrou para destruir Briatore também é inconsequente. Afinal, Nelsinho quando assinou aquele depoimento dizendo que obeceu a equipe para bater o carro, deu um tiro no próprio pé. Pode até enterrar Briatore e mais alguns capangas, mas já estão jogando terra na cova dele. Muita estupidez!

Porém, para não perdermos o foco do assunto, gostaria de encontrar Nelson Piquet na rua e perguntar o que ele sentiu quando viu uma manchete de jornal dizendo que o filho dele pode ser gay. Deve doer, não. Pois é, Nelson, causa e efeito.


Ah, só para salgar ainda mais o assunto, achei essa foto do Briatore na internet numa sunga, digamos, nada machão e"pegador" como ele gosta de ser retratado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sem livros, Collor é o novo imortal da Academia de Letras

Tem certas coisas que eu leio, releio e, além de não acreditar, me provoca indescritível desdém. A política brasileira, nos últimos meses, vem mostrando sua face mais crua e assustadoramente verdadeira e transparente. O resultado disso é essa super exposição de estripulias dos nossos nobres representantes, que perderam completamente a razão e o bom senso em serem cínicos e hipócritas com o povo como sempre fizeram. Agora, eles mostram suas "entranhas" sem ninguém pedir e não tem a mínima vergonha de se passarem por corruptos, antiéticos, falastrões e, por que não, pseudo-intelectuais para satisfazerem o seu ego.

A prova mais cruel e desavergonhada do lobby que os políticos brasileiros fazem em instituições públicas idôneas veio à tona nessa semana. Nosso excelentíssimo ex-presidente e agora senador Fernando Collor de Melo acabou de conquistar uma cadeira na Associação Alagoana de Letras (AAL). Não, você não leu errado, ASSOCIAÇÃO ALAGOANA DE LETRAS. O nobre senador é agora um imortal.

Pra mim, Collor seria um imortal de qualquer forma. Sempre lembrado como o primeiro presidente brasileiro a sair desmoralizado do Palácio do Planalto, depois de um impeachment que desmantelou uma quadrilha conhecida como “anões do orçamento”. No entanto, Collor agora é imortal pela contribuição literária que ele ofereceu a alguns brasileiros: aproximadamente sete artigos e discursos proferidos durante sua carreira política, todos editados pela editora do Senado e nenhum comercializado em livrarias para o povo.

Resumindo, Collor se tornou imortal por essa "obra literária" restrita a colegas e amigos próximos e aos outros imortais da AAL que, leram, consideraram interessantes e votaram nele. Aliás, dos 30 imortais que votaram 22 foram a favor do senador e apenas oito em branco. Nenhum contrário. Ele dividirá espaço na história com nomes como Jorge Lima, considerado o "príncipe dos poetas" alagoanos e o lexicógrafo Aurélio Buarque de Hollanda.

No próximo dia oito de outubro, Collor sentará na cadeira de número 20, a qual pertenceu a seu pai, Arnon de Melo, que era jornalista e publicou alguns livros. (Porém, recomendo que façam uma busca por esse nome na wikipédia, já que esse senhor “elevou o nível do Senado” nos anos 60 com uma arma em punho e a imunidade parlamentar nas costas).

A política nacional está se tornando um vírus muito potente, pois além de contaminar a opinião pública, vem espalhando toda sua influência podre e devastadora em instituições que já olhamos um dia com grande orgulho.